sábado, 17 de outubro de 2009

É preciso que o fruto apodreça antes que a semente nova possa se desenvolver.

É preciso que o fruto apodreça antes que a semente nova possa se desenvolver. (I Ching – O livro das Mutações - Hexagrama 23 – Desintegração – Coletânea da Indicações - Livro terceiro)

Acreditar nas nossas próprias idéias é o que nos faz projetar e sustentar o mundo da forma como ele é visto.
Cada pensamento que observamos atravessar a nossa mente comumente simboliza as crenças que possuímos. Os pensamentos mais agradáveis e aceitáveis que possamos ter nem sequer chegam próximos ou arranham os conceitos básicos da Mente de Deus. Como se fosse uma projeção na tela do cinema, esse mundo é só um efeito de luzes e sombras que se movem, mas que parecem bastante reais. Nossa mente quer ver assim e para nos dar suporte ao nosso querer nós projetamos o corpo e nele os órgãos dos sentidos. Os órgãos dos sentidos são órgãos perceptivos que foram imaginados e projetados com a finalidade de fazer com que tudo pareça real. O gosto, o cheiro, o som, o tato e a visão nos enganam o tempo todo. Quando se fala no sexto sentido, que é uma percepção mais fina, ainda não estamos falando de uma percepção corrigida, mas apenas mais aguçada. Supondo que se tenha uma percepção de um ser da quarta dimensão e se vê esse ser sugando a energia de um outro, se pensarmos: "Que filho da mãe!" Isso denota que ainda nossa percepção está percebendo de forma dual. A crença de que existem vítimas ainda é crença na perda. E a percepção chamada de sexto sentido só servirá pra confirmar e manter as crenças na dualidade. No momento em que a nossa compreensão dos fatos fizer com que olhemos os fatos de outra forma, não veremos perda em lugar nenhum, perceberemos que são só escolhas. Podemos interferir e dar informações salutares para que essas escolhas sem amor não se perpetuem, mas jamais fazer julgamentos sobre os envolvidos na situação. Não são a princípio as coisas que mudam à nossa volta , é a nossa interpretação das coisas que muda. O que em um momento parece ser um tormento na nossa vida, em outro passa a não ter significado e não nos alteramos com isso. A mudança começa no interior...
São os nossos desejos de separação que mantém os pensamentos distorcidos sobre a Verdade. É preciso que os desejos de separação deixem de nos seduzir para que possamos, gradativamente, deixá-los ir, e conseqüentemente, deixar de dar forma a esse mundo caótico que tanto nos transtorna.
Não é possível abandonar certas idéias sem perder o interesse por elas, sem deixar de achá-las úteis e atrativas. Assim “é preciso que o fruto apodreça antes que a semente nova possa se desenvolver”.
No momento em que ficamos cansados de sofrer, de sentir dor, de adoecer, de experimentar a falta, de ficarmos transtornados, em conflito, com medo e com culpa, poderemos abandonar o velho, o tão fascinante padrão e nos conectar com níveis mais altos de experiência. Os efeitos de sombra e luz ainda serão observados, mas daremos um significado diferente para eles, até que nossa mente possa ser plenamente corrigida de suas percepções equivocadas.
Um dia cada um terá que dizer: “ – Basta, muito grato, foi o suficiente para mim!”
Mas esse basta tem que reverberar e ser plenamente sincero.
Esse basta tem que vir com disponibilidade para a mudança, advinda de um reconhecimento sincero de que se merece receber o que Deus quer nos dar.
Não precisamos temer a Deus. O que Deus quer nos dar é o que nos faria mais feliz, o que nos tornaria mais realizados. O que Deus quer nos dar é o que nós, no inconsciente curado de nossa mente, escolhemos como as experiências mais dignas, meritórias e aprazíveis que um ser que caminha em um mundo abençoado pode vivenciar.
Temer a Vontade de Deus é temer ser feliz... É temer o conforto, o mimo e os cuidados que só um Pai Amoroso pode nos dar.

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