quarta-feira, 15 de julho de 2009

"Onde irá aquele que se afasta da inocência? A vontade e as bênçãos dos céus não acompanham seus atos." Confúcio

A inocência é um dos atributos que Deus compartilhou conosco quando nos criou, sendo assim, é uma qualidade que não pode ser perdida, nem alterada, mas pode ser esquecida.
Quem age com inocência age com amor, porque um atributo dado por Deus não tem como existir sem o outro. Isso é assim porque o amor garante que a mente expresse sua totalidade de ser em qualquer ato, pois os atributos compartilhados por Deus coexistem e se mantém atrelados pela Lei do Amor, que a tudo unifica.

A vontade e as bênçãos dos céus não acompanham os atos dos que se afastam da inocência não porque Deus deixa de abençoar Seus filhos e de querer que a eles Sua Vontade se manifeste, mas porque os filhos interpõem entre eles e Deus a sua própria vontade.

Onde irá aquele que se afasta da inocência?
Irá projetar sobre os outros a sua falta de inocência. Verá em sua volta erros e culpas, tornando-se desconfiado e hostil.
Quando se perde a inocência perde-se junto com ela o amor. A culpa vai solapando a confiança que temos nas pessoas, no mundo e em nós mesmos... Acabamos vendo e lutando com miragens que acreditamos ser reais.
Sendo assim, como a vontade e as bênçãos dos céus poderiam acompanhar os atos dos que vivem dessa forma? Podemos observar aqui, que são os atos que não são abençoados, não as pessoas... As pessoas são abençoadas por Deus ininterruptamente, mas não aceitam as bênçãos emanadas por Ele, principalmente por não se acharem merecedoras, pois estão esquecidas de sua inocência.

Se tudo o que se dá se recebe de volta, os pensamentos que temos sobre a falta de inocência que projetamos sobre os outros conseqüentemente ferirão a nós mesmos.
Sentimos culpa e para diminuir a nossa culpa projetamos essa culpa sobre os outros, para nos sentirmos aliviados, mesmo que de forma inconsciente.
Antigamente, nos sacrifícios aos deuses, era usado um “bode expiatório” a fim de que o bode assumisse as culpas que os homens sentiam, porque eles achavam que os seus deuses impetrariam uma punição a eles se as culpas não fossem expiadas. Como nossa forma de nos relacionarmos com a culpa deixou de ser explícita, o bode expiatório também deixou de ser explícito, mas a culpa não deixa de atrair para si os seus efeitos. Os efeitos dessa ilusão são penosos e nos mantém distantes do que é a Vontade de Deus para nós.

Abençoar é dar. Se abençoamos os nossos irmãos com a dádiva da culpa, só poderemos ver culpa. Se abençoarmos os nossos irmãos com a dádiva da inocência, a nossa própria inocência se manifestará, pois receberemos o que foi dado, e muito mais será acrescentado por Deus a nós.

Nossos irmãos poderão realizar atos equivocados, onde as Bênçãos e a Vontade de Deus não são expressas, mas sempre e infinitamente poderemos olhar para eles com o olhar de inocência que temos dentro de nós.

Existe um ditado que diz: “O bom julgador julga por si”. Essa idéia não é apropriada aos que pretendem corrigir as suas mentes... Qualquer julgamento nunca é honesto. Não podemos atingir o âmago do nosso irmão para podermos julgá-lo. Quando julgamos é porque a culpa já foi vista por nós e, em decorrência, nos abrimos à projeção.

Existe uma tendência de nossa parte de julgarmos as atitudes das pessoas como éticas e não éticas, ou dizer que alguém é bom caráter ou mau caráter. Não podemos esquecer que esses termos estão aferidos a conceitos culturais que têm a culpa como base.

Cultura à parte, prefiro focar em posturas mentais e conseqüentes decorrências que são eficazes no nosso estudo na busca do re-ligamento com Deus.

Dar amor, ou melhor, ser o amor é o único caminho eficaz.

Sobre todos os nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos podemos nos perguntar:
- Eu amei?
Se a resposta foi afirmativa, estamos no caminho... Se desviamos sempre há tempo para retornar... Essa caminhada é de aprendizagem, se ainda não aprendemos tudo não precisamos nos culpar, pois todos que aqui caminham juntos, aprenderão a amar, pois Deus não falha em Seus Planos...

Aprenderemos finalmente que quem ama não sente medo, por isso não defende e não ataca, não fere, não mata, não rouba, não mente, não engana, não trai, não adultera, não cobiça, não induz, não aprisiona... Pois qualquer coisa que possamos realizar que venha a ferir o nosso irmão perceberemos que ferirá a nós, então não realizaremos.
Mas para isso, realmente precisamos compreender que o medo da perda e da falta nos afastam do amor e que são esses medos que corrompem o “caráter e a ética” em qualquer estrutura social. A culpa então deixará de ser vista e o perdão pleno poderá ser dado!

Quando chegarmos ao fim da caminhada nos tornaremos íntegros e essa completeza nos dará a estabilidade necessária para que em tudo que se pense, sinta, diga e realize expressemos nosso Ser amoroso. Então, livres do medo poderemos caminhar em paz, sabendo que a Vontade de Deus e todos os anjos do Céu abençoam a nossa caminhada.

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